sábado, 27 de setembro de 2008

ORKUT, BLOG, OU OS DOIS!

Prezados e prezadas, na verdade nós  queríamos mexer  com o Blog antes! Mas queríamos primeiramente escutar as reações – e do que escutamos  e dos poucos que escreveram  as reações foram positivas  - mas também gostaremos a participação de todos no Blog.

Este Blog   é  diferente dos demais nisto: claro que o Blog e´ aberto para todos, mas no primeiro lugar e´ entendido como “formação do nosso grupo “ e especificamente na Biblia e nos problemas  que a juventude encontram – “mundo jovem”. Então e´ Blog de Formação . Diferentemente do Orkut, que daquilo que entendi, são mais um ele de amizades  - nada de errado ao contrário! Mas Orkut e´ mais tempo livre, quase de lazer,quando o nosso Blog e´ de formação – então precisa mais de atenção, da para imprimir  para puder ler melhor, faz notamentos, manda perguntas, ou simples comentários, e assim contrariamente ao Orkut´s nos ajude para discutir coisas serias e importantes para a vida. Então voltamos ao inico: Orkut, Blog ou os dois. A nossa resposta e´ os dois: tempo de lazer e tempo de algo mais serio e aproveitoso para vida – alias o Blog pode nos dar material para os Orkut`s de cada um!


Pe.João Caruana.

O VOTO É UMA PROCURAÇÃO


          A democracia é traduzida na organização da sociedade como um todo, na valorização da liberdade dos cidadãos e na participação de todos nas decisões econômicas, políticas, sociais e culturais. Ela é traduzida em elementos concretos que defendem e valorizam a pessoa humana. No fundo, no fundo, a democracia é uma forma de organização em vista da defesa da dignidade humana. Como tal, ela deve ter como referência maior o ser humano, que é um valor em si e por si mesmo. Assim, qualquer afronta à dignidade da vida e da pessoa humana é uma atitude antidemocrática e, conseqüentemente, imoral.

          Dentre as formas de sinalizar a democracia, deparamos com o voto. Ele é um ponto de partida. Por ele o cidadão dá uma procuração a alguém que, legitimamente escolhido, deverá articular a defesa da vida, da pessoa humana e lutar pelo bem comum. Quando votamos, endossamos um documento que ratifica nossa participação co-responsável nos destinos da Nação, do Estado e do Município. Ao darmos nosso voto a determinado candidato, estamos delegando-lhe poderes. Por isso, nosso voto tem conseqüências. Como instrumento de construção da democracia e sinal de co-participação no processo democrático, o voto nem pode ser comprado nem vendido. É um abuso querer utilizar-se desse instrumental para garantir interesses privados ou particulares. A compra ou a venda do voto é um atentado contra o bem comum. Não é sem mais nem menos que existe a Lei 9840/99, que fortalece o combate à corrupção eleitoral, que proíbe a compra de votos e o uso da máquina administrativa para obtenção de favores pessoais ou de partidos.

          Durante o período eleitoral, infelizmente, sabemos de muitas formas de manipulação de eleitores. Há gente que compra votos a troco de ninharias. Alguns candidatos soltam quantias substanciosas de dinheiro sobre as populações mais carentes. Há grupos organizados, “formadores de opinião”, que manipulam diabolicamente certas pesquisas eleitorais. Que triste termos que engoli-las, a seco, mesmo registradas em órgãos competentes, como se fossem verdades absolutas. Porém, totalmente maquiadas e diabolicamente manipuladas e manipuladoras. Algumas delas apresentam-se carregadas de deformações. Não passam de formas obstinadas de mentiras. Têm por objetivo “fazer a cabeça” de pessoas sem muita capacidade de avaliar ideologias, propostas, programas partidários e os próprios candidatos. Visam influenciar erroneamente o povo em votar em candidatos que defendem interesses contrários ao bem comum. Por isso, devem ser questionadas e rechaçadas. Fazem parte do universo das falcatruas canonizadas por grupos que querem usurpar o poder a todo custo, em vista de proveitos próprios. 

          Democracia não é o mesmo que eleições diretas. É mais que isso. O processo começa com o voto e continua na busca efetiva de soluções para os tantos problemas que o povo enfrenta. Numa verdadeira democracia, o povo elege seus representantes, fiscaliza suas ações e participa na reflexão, na elaboração e na execução de seus projetos. Nas eleições, cada voto e a soma de todos eles delinearão os traços e os caminhos que queremos dar à nossa cidade. 

 


Pe. Júlio Antônio da Silva

Pe João Caruana - Que existe no mundo uma briga eterna dos ricos contra os pobres é evidente

Por: Pe João Caruana

Que existe no mundo uma briga eterna dos ricos contra os pobres é evidente, ou deve ser evidente, para tudo mundo. Agora quem ainda duvida disso, basta acompanhar a briga na Bolívia – que é uma briga clara, nítida, dos ricos contra os pobres: de um lado tem movimentos sociais indígenas de camponeses e mineiros, e de outro lado “comitês cívicos, formados pelas elites econômicas e políticas” que querem ficar com maior controle dos recursos do gás/petróleo – e os pobres que se danem! Quando espreme o caso Bolívia, em fim é isto que sobra – o file mignon para a parte rica da Bolívia e os ossos para os povos indígenas.

A nossa visão é diferente. Ontem na Missa eu rezei esta Oração “Pelo Progresso Dos Povos” juntos com o povo chamando a atenção dizendo que está oração nos da oportunidade para entender melhor através da liturgia como nós devemos trabalhar pelo progresso dos povos.
A Oração é está:

Deus, que destes a todas as nações uma só origem e quisestes congregá-las numa só família, acendei no coração de todos o ardor da vossa caridade e o sincero desejo de um justo progresso; a fim de que os bens que concedeis a todos sirvam á promoção de cada um e, cessada toda discórdia, a equidade e a justiça se firmem na sociedade humana.
Por Cristo Nosso Senhor, Amem!


Ofereço está oração pelos elites políticas e econômicas da Bolívia entre os quais deve ter vários católicos e cristãos!

FERMENTO NO BOLO! BÍBLIA NA VIDA!

Continuamos cavando e aprofundando a Bíblia: o nosso livro de cabeceira! Quatro imagens vão nos servir de guias para entender melhor a Palavra de Deus. Bíblia: Álbum de família, cidade, "raios-X" e fermento no bolo.

 

1. BÍBLIA: ÁLBUM DE FAMÍLIA, ÁLBUM DO POVO

 

A Bíblia parece um álbum de fotografias guardado em caixas, sem data, sem ordem, sem assinatura... umadesordem organizada!

Uma coisa interessante! Até as crianças se divertem folheando esse álbum. Aquela "desordem organizada", aparentemente como uma colcha de retalhos, nos revela um rosto amigo (Dt 34,10), o rosto de Deus que caminha conosco.

E assim, olhando tudo isso, muitas gerações de crianças e jovens, de famílias e comunidades aprendem e se alegram ao descobrirem: quem são e de onde vieram e, coisa ainda mais linda, para onde vão? Para isso o álbum de fotografias é muito importante. Todos sabem reconhecer acontecimentos familiares, onde a gente tomou parte ou ainda participa.

Na leitura da Bíblia descobrimos a nossa identidade, as nossas raízes culturas-sociais-religiosas e a nossa missão, como povo e como pessoas. E em tudo isso, nos sentimos da mesma família de Abraão e Sara, de Moisés e Mirian, dos profetas e profetisas... Somos um povo a caminho, com uma missão a cumprir e podemos cantar com força: "Moisés hoje é a gente quando enfrenta a opressão".

Por tudo isso, a Bíblia é muito importante. Apresenta para nós, no meio de situações difíceis e conflitivas, mil fotografias do Deus discreto e fiel, misericordioso e libertador, Javé (Ex 34,6-7).

 

2. A CIDADE DA BÍBLIA

 

Como caminhar pela cidade da Bíblia sem nos perder? Conhecermos essa cidade vale a pena! Podemos conhecercomo turista de passagem ou como morador que trabalha e se preocupa pela sua cidade e fica bem a vontade.

Quando visitamos uma cidade pela primeira vez ter um mapa ou um guia ajuda bastante. É mais fácil saber onde fica o Centro Histórico, o Pelô, o Mercado Modelo, onde se podem pegar os ônibus, como chegar e voltar. Nesse passeio podemos ver casas antigas que ficam ao lado de prédios modernos e ninguém confunde as duas coisas. Também na Bíblia encontramos textos bem antigos em arcabouços novos. Não podemos confundi-los!

Conhecer a história dessa cidade. Os monumentos históricos nos falam muito mais quando conhecemos as pessoas que participaram dessa história. Quando sabemos que pessoas foram fundadores(as), por que surgiu, os momentos marcantes da vida do povo, sua organização, suas lutas e resistências, seu projeto de vida e cidadania.

Descobrir nessa Cidade o Rosto do Deus da Vida. Não é fácil perceber Deus atuando na vida da gente. Como Deus estaria no meio de nós, nesses ônibus superlotados? Ou naquele corre-corre do dia-a-dia? Será que Deus está nas nossas cidades? Custa crer! Ao mesmo tempo, na cidade, tudo tem um sabor diferente quando encontramos algum rosto familiar.

Algo assim passa com a Bíblia. Podemos senti-la como coisa do passado, como pouco prática para uma "cidade" moderna e pensar que não se encontraria a vontade. Mas a Bíblia, mesmo tendo muito anos de história, é diferente. É como o vinho bom. Mais tempo passa, melhor é! Quem entende que o diga!

Talvez tenhamos que aguçar o nosso olhar para ver onde e como Deus está presente hoje. Para esse novo olhar a Bíblia nos oferece muitas dicas, aliás, "é colírio para os olhos", como comentava Mário de Colina Azul, ao terminar um curso sobre Apocalipse.

 

3. A BÍBLIA: "RAIOS-X". A BÍBLIA NOS LÊ!

 

Nós lemos a Bíblia e, ao mesmo tempo, a Bíblia nos lê! A Bíblia não somente nos oferece "fotografias" da nossa realidade, mas também nos dá uma "radiografia" do nosso mundo. Ela é critério de discernimento: mostra-nos o rumo a seguir, o jeito de viver e esperar. Ela denuncia os medos e as injustiças e anuncia boas notícias para os pobres e pequenos. Numa palavra, Ela é uma lamparina na caminhada!

A Bíblia, porém, deve estar ligada à Vida. Sozinha, isolada da vida e dos problemas não dá. A rede precisa de dois pregos para se sustentar: o prego da Vida e o prego da Bíblia. E a comunidade balançando no meio dessa dupla tensão: Vida-Bíblia.

 

4. FERMENTO NO BOLO! BÍBLIA NA VIDA!

 

Na travessia tudo se clareia; descobrimos o sentido da Bíblia. A presença discreta e terna de Deus ilumina o túnel dos conflitos, traz alegria e esperança. É uma lamparina na noite. É sal na feijoada.

Na vida há de tudo: pessoas com pressão alta de Bíblia e pressão baixa de Vida. Outras com pressão baixa de Bíblia e pressão alta de Vida. Cada pessoa deve ver qual é a dose exata! A Bíblia, porém, é e deve ser fermento no bolo da Vida.

Quero contar uma história que aconteceu em Pau da Lima, com um amigo da gente.

Era um sábado pela tarde. O curso de Bíblia estava para começar. Pe. João estava preparando um bolo de cenoura. Arrumou tudo direitinho. Leu a receita, misturou os ingredientes e colocou a fôrma no forno.

Fiquei sonhando a tarde toda com aquele bolo! Acabei o curso bíblico e fui visitar João. O bolo devia estar no ponto! Descendo a encosta chegava um cheirinho gostoso de fazer água na boca. E ai saiu aquele bolo! Cheirinho bom, danado de bom! Os olhos não agüentavam mais. "Favor, traga uma faca!" E ai uma surpresa: o bolo estava... duroque só! Não dava nem para cortar!

"Aconteceu o quê, João?", perguntei. "Não sei, não!", disse João. "Coloquei todos os ingredientes como estava na receita. Mas parece que não deu certo". "E você colocou também fermento?", quis saber. "Fermento? Bom, fermento, na verdade... não. O fermento acabou!" concluiu ele.

As crianças chegaram como outras vezes... e o bolo ficou e ficou... por dias a fio. E ficou, também na memória, como testemunho eterno: bolo sem fermento, vira cimento!

No duro da Vida, a Bíblia traz luz, força e energia. Experimente um minuto todo dia!

 

Justino Martínez Pérez

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Introdução

Nessas páginas, que foram publicadas pelo boletim Anúncio & ação da Paróquia Nossa Sra. do Resgate – Cabula, Salvador/BA (a partir do n. 8, jun. 96), queremos aprofundar juntos a Palavra de Deus que a Bíblia nos comunica. A Bíblia vai ser o nosso espelho, onde contemplarmos o Rosto de Deus e, ao mesmo tempo, os dons e a missão que Deus colocou no coração de cada pessoa e comunidade.
Mutirão pela Vida
Quer ser um mutirão de mãos dadas, solidárias, amigas, irmãs, à procura de vida, de mais Vida para todos (Jo 10,10). Um contar com a ajuda do irmão, da irmã, de companheiros e companheiras de caminhada: algo assim como um "Café Bíblico", onde as pessoas (crianças, jovens, adultos) se encontram para "cavar juntos esse poço e beber da Palavra". Quem não entende, pergunta e quem sabe alguma coisa, partilha. Algo assim como aquele encontro do etíope com Filipe (At 8,26-39). Seria lindo, encontrarmos duplas ou pequenos grupos que sentam e juntos aprofundam a Palavra de Deus e iluminam a Vida do dia-a-dia. Por isso, Mutirão pela Vida.
Um novo jeito de lermos a Bíblia
Pretende ser também um novo jeito de ler a Bíblia: com olhar novo, com coração novo; com o olhar sempre novo e desafiador de Jesus que veio trazer a Boa Notícia para os pobres (Lc 4,16-30; 7,22) e com eles se identifica (Mt 25, 31-46). E tudo isso, para que aos últimos e pequenos, homens e mulheres, seja revelado o Rosto do Pai (Mt 11,25) com grande alegria para Jesus e para as comunidades que hoje seguem as pegadas de Jesus e assumem a sua prática e a sua missão. Grande desafio para todos nós!
TRÊS IMAGENS DA BÍBLIA
Em primeiro lugar, sabemos que a Bíblia não caiu do céu já prontinha e feita. Deus não entregou a Bíblia de presente, num pacote bem embrulhado, mesmo que poderia ter feito. Ele podia, mas não o fez. Tanto é assim que temos imagens bem diferentes da Bíblia e de como ela se formou. Vejamos algumas dessas imagens: três!
1. A Bíblia, fita de vídeo
A Bíblia seria como uma fita de vídeo dos acontecimentos todos desde o início da criação (Gênesis) até à Cidade Nova, o Novo Quilombo: a Nova Jerusalém (Ap 21-22).
A Bíblia toda seria um documento histórico, em primeiro lugar. Já houve pessoas que alertaram para esse tipo de leitura e a dificuldade para interpretar, do ponto de vista histórico, passagens do Êxodo ou Josué.
Dessa imagem ou de outras semelhantes, segue-se um jeito de interpretar a Bíblia: Pegar tudo ao pé da letra.
Muitas páginas já se escreveram sobre isso. Para algumas pessoas a dificuldade maior, na hora de interpretar a Bíblia, seria como saber quando pegar ao pé da letra - mesmo que a letra não tenha pé!- e quando não!
2. Bíblia vista como farmácia
A Bíblia é vista, às vezes, como uma farmácia. Chega lá e apenas olhar o título sobre a porta: Toda coisa lá dentro é a mesma coisa. Tudo, pra nós, é remédio, simplesmente remédio e mais nada. Pedimos o remédio que está na receita e acabou!
Fazendo assim, acaba-se matando a memória plural e popular de séculos de história; aquela memória de caminhada que o Povo de Deus nos deixou em herança.
A Bíblia é a rica experiência de um povo que estava convencido de que nos acontecimentos Deus estava moldando o seu destino. Deus lhe confia uma missão, com grande horizonte pela frente, mesmo que o povo mostre, às vezes, uma visão interesseira e curta.
3. Bíblia, "um pão muito grande!"
Algumas pessoas foram acostumadas a ler a Bíblia pegando um pedacinho cá, outro lá. Lêem apenas alguns trechinhos: Pegam pequenas migalhas, como se de um grande pão se tratasse!
Esta maneira de ler não é só de hoje. É muito antiga. Tem muitos admiradores. Quem gosta de ler só o Novo Testamento; outro só alguns trechos do Antigo Testamento. Outros preferem ler só o Apocalipse ou frases escolhidas por sorte, fechando os olhos... ou de qualquer outro jeito.
Contava-me um amigo. "Eu fecho os olhos, abro a Bíblia e lá vou eu!" Mas uma vez esse meu amigo abriu o Evangelho e pegou aquele trecho da morte de Judas: "... e Judas foi e enforcou-se!".
Acabada aquela leitura repitiu a dose e do mesmo jeito: fechou os olhos, se concentrou e abriu de novo o evangelho: pegou o finzinho de algo desconhecido: "Vá agora e faça a mesma coisa!".
Meu amigo tomou um susto tal que nunca mais repetiu a metodologia acostumada.
Você já contou história para criança começando pela metade? Você já escutou piada omitindo o final? E por que fazer isso com a Palavra de Deus?
Dessas várias imagens ou visões da Bíblia, seguem-se "leituras" e "práticas" pastorais concretas que não levam em conta toda a complexidade e riqueza da Palavra de Deus.
Aos poucos, vamos ver tudo isso. Fique acompanhando!
Justino Martínez Pérez

Mesa Redonda Numero 01


Ser mãe e pai, num contexto de mudanças
Com a saída da mulher para o mercado de trabalho, muita coisa mudou. Não se sabe até que ponto a família ganhou com essa mudança, principalmente os filhos, que passaram a ter uma formação totalmente diferente de alguns anos atrás, quando a mulher até era a “dona da casa”, também conhecida como “a rainha do lar”.
A família é a base para a formação do caráter das pessoas. Em qualquer época, situação e cultura, ela sempre foi de fundamental importância para que os indivíduos encontrassem seu ponto de equilíbrio e definissem os seus papéis dentro da sociedade. A maneira com que uma pessoa se comporta, suas atitudes e a maneira de se relacionar com os outros depende diretamente do meio familiar no qual foi criada.
Ao longo dos anos, porém, a família vem mudando, ou melhor, as pessoas que dela fazem parte vêm desempenhando papéis diferentes daqueles que nossos pais desempenhavam quando nos criavam.
Trabalho em equipe
O tempo que era totalmente dedicado à administração do lar e à educação dos filhos ficou bastante reduzido, sobrando pouca disponibilidade para o diálogo, tão necessário. Neste ponto também o pai deve, na conjuntura atual, estar mais presente, dividindo com a mãe a complexa tarefa de orientar seus filhos. Ainda mais no mundo de hoje, quando os jovens sofrem tantos apelos da mídia e da sociedade consumista e modista em que vivem.
O papel da mulher como mãe continua o mesmo, de orientação e de criação de seus filhos. Mas a este somam-se tantos outros provenientes da sua posição profissional. Para conseguir dar conta de tantas atribuições e acompanhar essa mudança de papel dentro da sociedade, é necessário que seus companheiros (e também os seus filhos homens) evoluam no sentido de dividir tarefas e entender a importância do trabalho em equipe (por parte de todos os componentes da família, é claro).
Os homens de hoje não podem esperar que as mulheres se comportem como as suas mães, em relação ao convívio com seus pais. As mulheres, por sua vez, não podem criar seus filhos (principalmente os homens) como suas mães faziam.
Os filhos, que agora já não têm mais os cuidados maternos 24 horas por dia, devem preparar-se para uma vida mais independente, aprendendo a se virar desde cedo, mesmo porque, se tiverem irmãs, também mulheres modernas, estas não vão querer dar mole pra marmanjo.
Essa mudança de paradigmas não é fácil para nenhum dos dois (pai e mãe), mas com boa vontade e disposição pode-se encontrar a maneira certa de se conviver de acordo com as novas exigências. Muita coisa já mudou, mas muito ainda precisa mudar. Alguns homens (pais e filhos) já entenderam que é preciso cooperar com as tarefas domésticas, porém a maioria ainda se faz de desentendido ou ainda traz consigo aquela idéia bastante antiga de que só às mulheres competem esses afazeres e o cuidado com os filhos.
Educação diferente
Ao longo dos anos essa situação deve modificar-se e um grande número do gênero masculino deixe o machismo de lado e colabore de forma significativa com suas companheiras e suas mães. As mulheres também podem colaborar na medida em que começarem a educar seus filhos homens de forma diferente e não perpetuando convicções bastante antigas como as que vimos anteriormente. Elas não podem aceitar o que ainda vem acontecendo, em grande escala, nos dias atuais, quando estas têm jornada dupla de trabalho.
E os homens, por acaso, também não deveriam ser donos de suas casas e se sentirem igualmente responsáveis pela manutenção da mesma? Sim, porque quando a mulher não trabalhava fora, cabia ao homem apenas a manutenção no que diz respeito à parte financeira, pois as mães tinham todo o dia disponível para cuidar dos outros aspectos. Agora, quando elas têm as mesmas 24 horas para dividir entre tantas outras ocupações, cabe, como atitude mais plausível, a divisão de tarefas igualmente entre os membros da família, independente do gênero ao qual pertencem.

Círculo Bíblico Número 01


Introdução

Nessas páginas, queremos aprofundar juntos a Palavra de Deus que a Bíblia nos comunica. A Bíblia vai ser o nosso espelho, onde contemplarmos o Rosto de Deus e, ao mesmo tempo, os dons e a missão que Deus colocou no coração de cada pessoa e comunidade.

Mutirão pela Vida

Quer ser um mutirão de mãos dadas, solidárias, amigas, irmãs, à procura de vida, de mais Vida para todos (Jo 10,10). Um contar com a ajuda do irmão, da irmã, de companheiros e companheiras de caminhada: algo assim como um verdadeiro “Circulo Bíblico” onde as pessoas se encontram para "cavar juntos esse poço e beber da Palavra". Quem não entende, pergunta e quem sabe alguma coisa, partilha. Juntos neste Blog vamos aprofundar a Palavra de Deus e iluminamos a Vida do dia-a-dia. Por isso, Mutirão pela Vida.

Um Novo Jeito de Lermos a Bíblia

Pretende ser também um novo jeito de ler a Bíblia: com olhar novo, com coração novo; com o olhar sempre novo e desafiador de Jesus que veio trazer a Boa Notícia para os pobres (Lc 4,16-30; 7,22) e com eles se identifica (Mt 25, 31-46). E tudo isso, para que aos últimos e pequenos, homens e mulheres, seja revelado o Rosto do Pai (Mt 11,25) com grande alegria para Jesus e para as comunidades que hoje seguem as pegadas de Jesus e assumem a sua prática e a sua missão. Grande desafio para todos nós!

TRÊS IMAGENS DA BÍBLIA

Em primeiro lugar, sabemos que a Bíblia não caiu do céu já prontinha e feita. Deus não entregou a Bíblia de presente, num pacote bem embrulhado, mesmo que poderia ter feito. Ele podia, mas não o fez. Tanto é assim que temos imagens bem diferentes da Bíblia e de como ela se formou. Vejamos algumas dessas imagens: três!

1. A Bíblia, fita de vídeo

A Bíblia seria como uma fita de vídeo dos acontecimentos todos desde o início da criação (Gênesis) até à Cidade Nova, o Novo Quilombo: a Nova Jerusalém (Ap 21-22).

A Bíblia toda seria um documento histórico, em primeiro lugar. Já houve pessoas que alertaram para esse tipo de leitura e a dificuldade para interpretar, do ponto de vista histórico, passagens do Êxodo ou Josué.
Dessa imagem ou de outras semelhantes, segue-se um jeito de interpretar a Bíblia: Pegar tudo ao pé da letra.
Muitas páginas já se escreveram sobre isso. Para algumas pessoas a dificuldade maior, na hora de interpretar a Bíblia, seria como saber quando pegar ao pé da letra - mesmo que a letra não tenha pé!- e quando não!

2. Bíblia vista como farmácia

A Bíblia é vista, às vezes, como uma farmácia. Chega lá e apenas olhar o título sobre a porta: Toda coisa lá dentro é a mesma coisa. Tudo, pra nós, é remédio, simplesmente remédio e mais nada. Pedimos o remédio que está na receita e acabou!
Fazendo assim, acaba-se matando a memória plural e popular de séculos de história; aquela memória de caminhada que o Povo de Deus nos deixou em herança.
A Bíblia é a rica experiência de um povo que estava convencido de que nos acontecimentos Deus estava moldando o seu destino. Deus lhe confia uma missão, com grande horizonte pela frente, mesmo que o povo mostre, às vezes, uma visão interesseira e curta.

3. Bíblia, "um pão muito grande!"

Algumas pessoas foram acostumadas a ler a Bíblia pegando um pedacinho cá, outro lá. Lêem apenas alguns trechinhos: Pegam pequenas migalhas, como se de um grande pão se tratasse!
Esta maneira de ler não é só de hoje. É muito antiga. Tem muitos admiradores. Quem gosta de ler só o Novo Testamento; outro só alguns trechos do Antigo Testamento. Outros preferem ler só o Apocalipse ou frases escolhidas por sorte, fechando os olhos... ou de qualquer outro jeito.
Contava-me um amigo. "Eu fecho os olhos, abro a Bíblia e lá vou eu!" Mas uma vez esse meu amigo abriu o Evangelho e pegou aquele trecho da morte de Judas: "... e Judas foi e enforcou-se!".
Acabada aquela leitura repetiu a dose e do mesmo jeito: fechou os olhos, se concentrou e abriu de novo o evangelho: pegou o finzinho de algo desconhecido: "Vá agora e faça a mesma coisa!".
Meu amigo tomou um susto tal que nunca mais repetiu a metodologia acostumada.
Você já contou história para criança começando pela metade? Você já escutou piada omitindo o final? E por que fazer isso com a Palavra de Deus?
Dessas várias imagens ou visões da Bíblia, seguem-se "leituras" e "práticas" pastorais concretas que não levam em conta toda a complexidade e riqueza da Palavra de Deus.
Aos poucos, vamos ver tudo isso. Fique acompanhando!

Justino Martínez Pérez


Após ter lido, uma ou duas vezes o artigo, gostaria de saber, para começar o nosso dialogo: (1) O que você achou de novo neste artigo, se na verdade achou algo novo! (2) Precisa alguma explicação de algumas palavras, frases, argumentos ou pensamentos?
Nós um grupo de jovens do Jardim Aclimação e Parque da Gávea, que pertencem a Paróquia
São Silvestre e já participamos na liturgia e na catequese, pela dificuldade que temos de achar tempo para encontra regularmente, e com o desejo que temos de um lado de aprofundar mais o conhecimento da Sagrada Escritura, e acompanhar a vida pastoral da Igreja - catequese, liturgia, documentos como de "Aparecida" ; e do outro lado de discutir os problemas que nos atingem como jovens, estamos criando este Blog que vai consistir de um "Circulo Bíblico" virtual e uma "Mesa Redonda" discutindo o mundo jovem e vida da Igreja!

Para o "Circulo Bíblico" estamos nos baseando no CEBI - Centro de Estudos Bíblicos que é ecumênico e ao qual fazem parte entre os teólogos e bíblicos brasileiros mais conhecidos e preparados. Esta caminhada bíblica baseada em cima de material publicado pelo CEBI é uma caminhada longa e sem muita pressa! Passando seis meses, passando um ano vamos perceber que valia a pena o nosso estudo da Sagrada Escritura através o nosso BLOG.

O mesmo aproveitamento pode ser feito participando na "Mesa Redonda" discutindo o nosso mundo - mundo jovem e vida da igreja - nos baseando como ponto de partida na revista que tem o mesmo nome "Mundo Jovem" publicada pela PUC de Ponto Alegre!
Vai funcionar assim: nós colocamos um artigo na mesa virtual, e o debate será aberto.
Claro o nosso "Blog" vai ser aberto a todos os internautas da nossa paróquia no primeiro momento, e assim aos todos os nossos amigos e amigas! A criatividade de cada um de nós será bem vinda.
Obrigado!